SocialCaixa e Autismo: Por que precisamos falar de inclusão?

Neste importante dia de Conscientização do Autismo, nós da SocialCaixa gostaríamos de compartilhar o relato de um empregado da CAIXA:

Dia dois de abril é o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo e esta data foi criada em 2007 com o objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito.

Sou Psicólogo de formação e com atuação como assistente de projetos sociais na CAIXA há mais de 10 anos e depois de 43 anos com diversos comprometimentos na comunicação e interação social e várias consequências na vida pessoal em virtude dessas questões, passei por um longo processo de diagnóstico e me descobri como autista há pouco mais de um mês e ainda passando pelo processo de autocompreensão, entendo ser fundamental aderir a causa do autismo.

Então, o que é autismo?

A versão do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) define o autismo como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos, com três níveis de gravidade – leve, moderado e severo – definidos a partir da necessidade de suporte do paciente.

O diagnóstico é complexo, realizado no acompanhamento clínico – não há exames para se diagnosticar – e requer profissionais especializados que irão proceder o diagnóstico a partir de diálogo com os familiares, observação do indivíduo e eventualmente pode ser solicitado uma avaliação neuropsicológica para mensurar e descrever o perfil cognitivo do paciente, colhendo informações que serão fundamentais para o diagnóstico e, caso confirmado, para o planejamento do tratamento do paciente.

O diagnóstico é importante pois as pessoas que estão no espectro do autismo são diversas e é fundamental para o indivíduo conhecê-los para saber suas potencialidades e limitações. Esse conhecimento irá ampliar seu horizonte nas suas perspectivas pessoais, viabilizar o suporte adequado a suas características e viabilizar que se tenha garantido seus direitos garantidos pela Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, instituída pela Lei nº 12.764/2012.

Na CAIXA temos centenas de colegas autistas ou que têm algum familiar ou conhecido que estão no espectro, mas não é do senso comum as dificuldades que essas pessoas passam no dia a dia. Como expliquei antes, os sintomas do autismo são diversos e impactam cada indivíduo de maneira diferente. Seguem alguns:

–           Hipersensibilidade sensorial (uma bica pingando, pessoas falando e outros tipos de sons podem ser insuportáveis), que podem resultar em colapsos nervosos (meltdown);

–           Hiper foco (alguns indivíduos ficam horas fazendo a mesma atividade, podendo esquecer de tudo e de todos ao seu redor, inclusive deixando de comer e beber água);

–           Shutdown (quando o indivíduo tem suas energias esgotadas e “desliga”, fazendo-o se isolar);

–           Fixação por temas de seu interesse, podendo falar horas sobre ele;

–           Rigidez cognitiva;

–           Rotina extremamente controlada;

–           Dificuldade para iniciar uma conversa ou falar sobre as emoções próprias;

–          Dificuldade para compreender gestos, expressões e outras mensagens não verbais típicas de comunicação entre pessoas.

O autismo não tem cura, mas o tratamento especializado pode melhorar bastante a nossa qualidade de vida. Assim, é fundamental que todos tenhamos conhecimento do que é o Transtorno do espectro do autismo e que a sociedade passe a conhecer esses indivíduos e respeitar suas características.

Leonardo – APS – CIHARRE

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