Seminário e Encontro Nacional evidenciam a importância do Trabalho Social

Ocorreram na última semana dois eventos marcantes: o Seminário Trabalho Social em Programas de Habitação e Desenvolvimento Urbano: Entre o Ideal e o Concreto, realizado pelo CEAPG/FGV, com apoio da Social Caixa, e o Encontro Nacional Social Caixa: Valorizar o Trabalho Social, realizado pela própria associação.

Os eventos colocaram em pauta o Trabalho Social, discutindo seu potencial transformador, seus desafios e suas possibilidades.

Seminário Trabalho Social em Programas de Habitação e Desenvolvimento Urbano: Entre o Ideal e o Concreto

Atualização: Para um relato detalhado do seminário e do encontro, clique aqui. Contribuição da colega Dione Nascimento, da GIGOV João Pessoa.

Atualização 2: Para um resumo das mesas/palestras do seminário, clique aqui. Contribuição da colega Tatiana Cerveira, da GIHAB Belém.

O seminário, realizado nas dependências da FGV/SP, contou com a participação de representantes do governo federal, de prefeituras, de movimentos sociais, da academia, entre outros.

O salão nobre ficou lotado, de modo que foi preciso acomodar as pessoas que não conseguiram lugar em outra sala da instituição de ensino, na qual era exibida a transmissão do evento em tempo real.

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Mesa redonda: Trajetória e Lugar do Trabalho Social

A primeira mesa, Trajetória e Lugar do Trabalho Social, contou com a fala da Secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, que apresentou um panorama dos programas de habitação sob gestão do Ministério das Cidades. Foram também enumerados os principais desafios encontrados pelo Trabalho Social nesses programas, entre eles, adequar-se aos “tempos da política”, constituir-se em atividade realmente multidisciplinar e estabelecer a governança dos territórios, garantindo sua sustentabilidade após sua atuação — a questão do “pós-pós”.

Celia Bagatini, gerente da GEHPA, apresentou um histórico do Trabalho Social em habitação, desde as primeiras iniciativas de categorias profissionais, passando pelo extinto BNH e chegando aos dias atuais. A exposição também destacou as mudanças sociais e urbanísticas ao longo do tempo, e os desafios impostos por essas mudanças. Entre essas mudanças, destacam-se a informalização das relações de trabalho, a influência das novas tecnologias e novas formas de mobilização — que implicam em novas formas de comunidade — e os novos modelos de arranjo familiar.

Rosângela Paz, professora da PUC, discorreu sobre o lugar do TS na política de habitação. Em sua fala, foi destacada a confusão entre Trabalho Social e Serviço Social, que não devem ser confundidos: enquanto este é uma profissão, aquele constitui-se em uma atuação — que conta, em sua natureza multidisciplinar, com a participação do serviço social, mas não se restringe a ele.

Na sequência, o convidado internacional, Francesco di Villarosa, deu uma palestra sobre experiências inovadoras em Trabalho Social. O palestrante citou importantes inovações da Portaria 21, que passou a considerar o desenvolvimento socioterritorial, ampliando o recorte da poligonal do empreendimento. Novidades metodológicas também foram expostas, como o MRP — mapeamento rápido participativo –, metodologia que conta com a participação dos beneficiários na construção de um mapa do território.

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Evaniza Rodrigues, da UNMP

A segunda mesa, Experiências em Trabalho Social, teve a participação de Evaniza Rodrigues (UNMP — União Nacional por Moradia Popular), André Franco e Alex (ONG Rede Interação), Tássia Regino (Prefeitura de São Bernardo do Campo) e Edna Claudino (estado de Pernambuco).

André Franco, da Rede Interação, apresentou sua metodologia para mobilização social, que envolve, principalmente, a poupança comunitária, o autorrecenseamento e o intercâmbio de experiências. Alex, morador de uma comunidade em Osasco, ilustrou como se deu essa estratégia de mobilização em seu bairro e as transformações observadas.

Evaniza Rodrigues apresentou experiências exitosas de mobilização na modalidade Entidades do Programa Minha Casa Minha Vida, em que a participação e o envolvimento da comunidade se deu desde a concepção do projeto até o pós-obras, garantindo o estabelecimento de uma governança do território e, portanto, de sua sustentabilidade.

Encerrando essa mesa, Tássia Regino e Edna Claudino, representando o poder público, expuseram casos em que os governos foram capazes de promover intervenções bem sucedidas para a mobilização das famílias e para a (re)apropriação dos territórios.

O presidente da Social Caixa, Giuliano Silva, fala no Seminário do Trabalho Social

O presidente da Social Caixa, Giuliano Silva, faz sua apresentação no Seminário do Trabalho Social

Na última mesa do seminário, foram discutidos os Desafios e Perspectivas do Trabalho Social. Os debatedores foram a Profª Rosana Denaldi (UFABC), Anaclaudia Rossbach (Aliança das Cidades) e Giuliano Silva, presidente da Social Caixa.

Rosana Denaldi fez considerações sobre as exposições feitas até então, cotejando com sua experiência na gestão municipal, reconhecendo os desafios decorrentes do aumento das responsabilidades dos municípios, sem que estes, em muitos casos, estejam adequadamente estruturados para absorvê-las.

Giuliano, da Social Caixa, apresentou um diagnóstico obtido a partir de uma pesquisa com os APS/TS da Caixa. Também apontou as questões de discricionariedade e accountability envolvidos no trabalho dos empregados da Caixa que desenvolvem o Trabalho Social.

Por fim, Anaclaudia Rossbach apresentou uma síntese das exposições feitas no seminário, tentando delinear os desafios e possibilidades para o Trabalho Social nos próximos anos. A despeito da crise, ela identificou a oportunidade de consolidação do TS.

Para mais fotos, visite o Flickr da Social Caixa.

Encontro Nacional Social Caixa: Valorizar o Trabalho Social

Realizado no dia 26/09/2015, o Encontro Nacional marcou a retomada da postura atuante da Social Caixa. Contando com a presença de representantes de entidades de empregados da Caixa, das VPs de habitação e governo, bem como da Secretária Nacional de Habitação, o evento constituiu-se num importante fórum para discutir os rumos do TS na empresa.

A sócia fundadora da Social Caixa, Fátima Gottschalg

Da esquerda para direita: Dionísio, Fátima, Giuiliano, Jair e Zigmantas

A primeira mesa do dia discutiu a importância da mobilização, os desafios, a responsabilidade e as possibilidades de uma Associação de Empregados da Caixa, com a participação de Luiz Guilherme Zigmantas (ANEAC), Jair Pedro Ferreira (FENAE), Dionísio Siqueira (CEE/CAIXA) e Fátima Gottschalg, sócia fundadora da Social Caixa.

Zigmantas destacou a importância dos empregados do social e a necessidade de luta para superar eventuais discriminações a que estão submetidos. Dionísio lembrou das lutas e das conquistas dos trabalhadores da Caixa, salientando a importância de que se mantenha a mobilização e a união destes, a fim de evitar retrocessos. Jair Ferreira, por sua vez, deu um depoimento sobre a solidariedade e disposição de luta dos empregados da Caixa, que permitiram a superação de grandes adversidades.

Fátima Gottschalg, numa fala inspiradora, lembrou de todos os desafios e lutas que enfrentou. Desde os tempos do BNH, depois na Caixa, o reconhecimento do Trabalho Social se fez a partir de uma postura firme e determinada. Mas não apenas isso. O reconhecimento veio com muita qualificação do debate, mediante a interlocução com movimentos sociais e a academia, sempre na tentativa de construir soluções por meio de críticas construtivas. Nesse sentido, Fátima ressaltou a importância do profissional do TS abandonar a postura de vítima e assumir o protagonismo no processo de busca de soluções, sem desanimar diante das adversidades, o que ela resumiu brilhantemente na metáfora: “se fecham as portas, a gente pula a janela”.

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Da esquerda para direita: Roger Pastoris, Inês Magalhães, Giuliano Silva e Anna Paula Cunha

Da segunda mesa, com o tema O Trabalho Social em Programas de Habitação e Desenvolvimento Urbano operados pela Caixa, participaram Inês Magalhães, Secretária Nacional de Habitação; Roger Pastoris, representando a VIGOV; e Anna Paula Cunha, representante da VIHAB.

Os representantes das VPs de Governo e Habitação apresentaram um diagnóstico do TS em suas respectivas áreas, bem como as ações que estão sendo empreendidas no âmbito de cada uma delas. A Secretária de Habitação, por sua vez, ressaltou a importância da Caixa, cujo papel transcende o de instituição financeira, corroborando o slogan “a vida pede mais que um banco”.

Após as mesas, realizou-se a assembleia geral da associação. Foram discutidas questões como a prestação de contas do ano anterior e a mudança de sede. As propostas de alteração do estatuto também foram examinadas e, após intensos debates, os trabalhos foram encerrados.

Assembleia da Social Caixa

Assembleia da Social Caixa

Além de promover debates em alto nível, os eventos serviram para elevar o moral, resgatar a autoestima e, assim, renovar a disposição dos APS/TS de buscarem cada vez mais melhorias para o Trabalho Social.

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2 comentários

  1. Dione Nascimenot em 30/09/2015 às 11:13

    Excelente o Seminário e o Encontro. Estamos num processo precioso de aprofundamento da compreensão do Trabalho Social, o quê nos levará a uma prática mais coesa, criativa e direcionada para as demandas encontradas no território. Nós, da CAIXA, temos muito a contribuir com todo este processo.

    Enquanto APS, espero e me coloco à disposição para a Social Caixa, para que consigamos evidenciar para a empresa toda a disponibilidade, interesse e relevância da equipe técnica social para o desempenho do Trabalho Social enquanto braço executor das políticas públicas de desenvolvimento urbano.

  2. Dione Nascimento em 30/09/2015 às 11:13

    #Social Caixa, presente!

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